Trabalhista

Lei do Esporte é sancionada com vetos a isenção de impostos

Texto completo foi publicado na edição do Diário Oficial da União desta quinta-feira (15). Lula vetou mais de 50 artigos, além de outros trechos da lei.

A ministra do Esporte, Ana Moser, o presidente Lula e a relatora da Lei do Esporte, senadora Leila do Vôlei — Foto: Ministério do Esporte
A ministra do Esporte, Ana Moser, o presidente Lula e a relatora da Lei do Esporte, senadora Leila do Vôlei — Foto: Ministério do Esporte

O presidente Lula (PT) sancionou com vetos a Lei Geral do Esporte, que regulamenta a prática desportiva no país. O texto completo foi publicado na edição do Diário Oficial da União desta quinta-feira (15). Entre os vetos estão questões trabalhistas, isenção de impostos e a criação de uma agência.

A sanção da Lei Geral do Esporte foi anunciada pela ministra do Esporte, Ana Moser, na quarta-feira (14). Ela disse que a legislação era aguardada pelos atletas e representa um grande avanço na área.

“É uma luta de muitos anos, que coloca o Brasil em outro patamar na legislação sobre o esporte", disse.

Extenso, o projeto de lei foi aprovado pelo Senado em maio. No entanto, mais de 50 artigos, além de outros trechos, acabaram sendo vetados por Lula.

O presidente justificou inconstitucionalidade em alguns pontos do texto. Confira, abaixo, alguns trechos vetados.

Questões trabalhistas

  • Cláusula compensatória

O texto aprovado no Congresso restringia o pagamento de indenização a atletas demitidos por clubes antes do término dos contratos.

O trecho previa que o clube ficaria liberado de pagar a indenização do atleta demitido antes do final do contrato, desde que o profissional conseguisse emprego em outro clube com salário igual ou superior.

Com o veto, os clubes terão de manter o pagamento integral da indenização acertada com os atletas. A retirada deste trecho da lei atende a um pedido dos próprios atletas, principalmente de jogadores de futebol, que chegaram a protestar durante partidas (veja foto abaixo).

Jogadores de Corinthians e Atlético-MG protestam contra ponto da Lei do Esporte — Foto: Marco Galvão/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Jogadores de Corinthians e Atlético-MG protestam contra ponto da Lei do Esporte — Foto: Marco Galvão/Fotoarena/Estadão Conteúdo
  • Gestantes

Lula também vetou um trecho que regulava a questão da dispensa de atletas mulheres por gravidez ou questões ligadas à maternidade. Pelo texto, nesses casos, o pagamento de indenização de estabilidade seria substituído pela cláusula compensatória.

O presidente justificou que a manutenção desse trecho poderia causar prejuízos financeiros à atleta, além de violar direitos em favor de gestantes.

  • Repouso semanal

O texto garantia o repouso semanal remunerado, mas autorizava a realização de treino regenerativo de até 2h30 no dia do repouso.

O trecho foi vetado por violar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O governo justificou não ser "crível" que o trabalhador precise ir até o clube para fazer treino regenerativo no dia do descanso.

Isenção de impostos

A lei previa que houvesse isenção de Imposto de Importação ou do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para importação de equipamentos ou materiais esportivos para competições, treinamento e preparação de equipes brasileiras.

A isenção seria voltada exclusivamente para modalidades habilitadas nos jogos olímpicos, paralímpicos, pan-americanos, parapan-americanos, nacionais e mundiais, desde que o equipamento importado não tivesse produto similar produzido pela indústria nacional.

No caso dos materiais fabricados no Brasil, a isenção seria para o IPI. Segundo o governo, o trecho está em desacordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Outros tipos de isenções de impostos, taxas e contribuições também foram vetados pelo mesmo motivo.

Criação de agência

O presidente Lula vetou a criação da Autoridade Nacional para Prevenção e Combate à Violência e à Discriminação no Esporte (Anesporte), que seria ligada ao Ministério do Esporte.

O órgão colegiado seria responsável por propor programas e ações de prevenção e combate à violência e à discriminação, além de tomar medidas concretas para intervenção do poder público, se necessária.

O governo entendeu que a criação de um órgão ligado ao Poder Executivo só pode ser feita por meio de um projeto de iniciativa do próprio governo. A ministra Ana Moser disse que Lula deve enviar ao Congresso um projeto de lei para a criação da agência.

Outros vetos

Entre outros pontos vetados estão:

  • O governo retirou da lei um trecho que proibia organizações esportivas doarem ou darem subsídio na venda de ingressos para torcidas organizadas.
  • O presidente vetou o Fundo Nacional do Esporte, por não prever receitas orçamentárias para sua criação.
  • Artigos que previam a criação de justiça desportiva para cada modalidade esportiva foram vetados para evitar "confusão", além de "possíveis conluios e conflitos de interesse".
  • Lula vetou um trecho que obrigava o cadastro de torcedores de futebol para acesso em estádios com capacidade superior a 20 mil pessoas. Esse cadastro seria mantido pelo governo federal, segundo a lei, mas foi vetado por não prever adequação orçamentária e financeira.

Próximos passos

Os vetos foram encaminhados para análise do Congresso Nacional, que poderá mantê-los ou derrubá-los.

A ministra do Esporte, Ana Moser, afirmou que a pasta deve complementar, nos próximos 90 dias, questões em que restaram dúvidas na nova legislação.

outras notícias

Brasília
SHS Qd 06, Conj. A,
Bloco A, Sala 810, Ed. Brasil 21
Brasília-DF
São Paulo
Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1455
4º andar, Vila Nova Conceição
São Paulo-SP
Rio de Janeiro
Praia de Botafogo, 228
16º andar, Botafogo
Rio de Janeiro-RJ
Contatos
DF  /  61 3226-9989
Política de Privacidade
Contatos
Obrigado! Seu cadastro foi realizado com sucesso.
Oops! Algo deu errado. Por favor, tente novamente.